domingo, 10 de outubro de 2010

Mensagem de Alexandre Pimentel

Todos os dias, em nossas feiras, palestras e conversas com amigos, recebo questionamentos sobre o açúcar e as possibilidades de substituí-lo. Desnecessário aqui dizer que esse produto alimentício está, juntamente com a margarina, os embutidos e a maioria dos industrializados, entre os piores para nossa saúde. As formigas da existência, entretanto, normalmente perguntam bem assim: - Ah, mas o que eu faço para substituir o “meu” branquinho? (normalmente as mesmas também falam assim sobre a carne!). Normalmente fico um pouco atrapalhado porque não compreendo bem essa coisa de substituição. Na verdade, um veneno não deve ser substituído, mas jogado fora. Se você tiver açúcar branco no armário, não o dê aos pobres porque estará fazendo um mal às pessoas! Busque colocar no lugar dele alimentos autênticos, verdadeiros cuja produção tenha sido projetada para seres humanos que buscam a felicidade. Seguem, então, abaixo, as principais duçuras que conheço e gostaria de repartir com você. Mas nem todas recomendo. Desejo apenas abrir um leque de possibilidades para que você possa refletir e escolher por conta própria. Antes, porém, de passar para as explicações, gostaria de recomendar uma pequena grande obra de minha amiga Sonia Hirsch chamada “sem Açúcar e Com Afeto”, um clássico que apresenta várias receitas que dispensam o lívido pozinho das massas. Em meu livro que sairá em alguns meses também apresentarei algumas sugestões interessantes. Vamos lá?

Adoçantes Artificiais

Palavras de amigo: Liberte-se totalmente de qualquer adoçante artificial. Aspartame, sacarina, ciclamato e outros são altamente causadores de doenças a médio e longo prazo. São anomalias, monstros da ciência contemporânea, destinados apenas ao paladar e á estética. Passam longe de qualquer proposta séria de promoção da saúde. Mesmo as correntes mais tradicionais de nutrição reconhecem esse fato. Cuidado: Não os derrame no vaso do banheiro e nem na pia da cozinha para jogá-los fora. Poluem a natureza! São venenos potentes. E você percebe esta verdade ao observar que até mesmo os insetos mais ávidos por doces os dispensam. Utilizar adoçantes artificiais é um hábito não ecológico, semelhante ao tabagismo, à drogadição e outros do gênero. Lembre-se que quase todos os produtos lights e diets possuem esses componentes especiais para quem deseja um doloroso suicídio. Em seguida estarei comentando a stévia, único realmente natural e aconselhado para pessoas, desde que não seja “plus”.

Doce Natural das Frutas

É a melhor opção para comermos doces. Sejam vermelhas, amarelas, verdes, roxas ou de outras cores, as frutas são os alimentos ideais para a espécie humana. Jamais vi alguém que, por exemplo, optasse por um ovo cru ao invés de um saboroso cacho de uvas ou uma suculenta manga. Procure comer mais frutas, preferencialmente orgânicas e da época, no dia a dia. Esta atitude, além de ampliar o potencial de energia vital em seu ser, aumentará sua defesa imunológica e alegria de viver. Procure variar nas frutas, mas não misturá-las muito em uma só refeição. Particularmente prefiro comer frutas individualmente, pois, assim, consigo aproveitar ao máximo seu sabor e sua oferta de nutrientes. Cuidado, meus irmãos, com as benditas saladas de frutas. Frutas doces e ácidas jamais devem ser misturadas na mesma salada, mas ambas combinam com semi-ácidas. Misture mamão com maçã, mas não misture mamão com laranja. Jamais! Prometo explicar isso melhor a quem tiver interesse! Fato, é que o melhor açúcar projetado pela sabedoria de nossa Mãe Natureza é a frutose natural, o maravilhoso sabor da banana, do abacaxi, da maçã, do mamão, da melancia e tantas outras obras de arte da existência. Também a maioria dos sucos dispensa totalmente a presença de açúcar. É necessário, entretanto, que nossa cabeça e nosso coração desejem libertar-se desse condicionamento atroz. Sempre sugiro um soco de mamão que leva um copo de mamão picado para um copo de água, batidos no liquidificador. Fica muito cremoso e dá até para comer de colher. As frutas secas, desidratadas e as passas são maravilhosas opções. É possível prepararmos uma torta sobremesa super doce, cozinhando-se uma xícara de ameixas secas em 3 xícaras de água e engrossando-as com quatro colheres de sopa de araruta após uns 10 minutos de fervura. Basta, após, deixar esfriar e servir para o delírio dos mais céticos!

Caldo de Cana

O caldo da cana de açúcar é o primeiro estágio de extração da sacarose. É o mais bruto dos adoçantes naturais. Quando recém tirado é boa fonte de energia vital, fibras e minerais. Jamais beba caldo de cana que não seja retirado sob sua vigilância! Observe sempre a higiene na produção, pois a famosa garapa é normalmente prensada em ambientes movimentados de rodoviárias e mercados, bastante insalúbres. Aprecio beber caldo de cana com algumas gotas de limão eventualmente. Normalmente coloco um pouco de água para quebrar o sabor intenso. É possível utilizarmos o caldo de cana natural para realçarmos a doçura natural de alguns sucos. Lembremos, porém que sua utilização diária, pelo fato de possuir um rápido índice glicêmico, pode trazer as indesejáveis gordurinhas que chegam com cara deslavada e tornam-se um suplício na hora de ir embora.

Melado de Cana

Quando fervemos o caldo de cana, após algum tempo de apuração, temos o melado, também conhecido como melaço ou mel de cana. Há vários tipos de melados dependendo da qualidade e da procedência da cana. Aprecio muito um melado orgânico produzido aqui na capital do Brasil onde há muitos alimentos de qualidade excepcional! Por ser o segundo estágio após a retirada da sacarose da cana, o melado pode ser um bom aliado para os festeiros e festeiras que não vivem sem um saborzinho mais forte. Sua duração é longa e dispensa geladeira. Você pode utilizar melado para fazer pães, bolos, adoçar iogurte, embora o melhor seja adoçar com frutas. Procure sempre saber sobre a origem do melado que está adquirindo. Muitos são produzidos em ambientes desagradáveis, atraindo as companhias nada desejáveis de insetos e roedores escrotos.

Rapadura de Cana

Com a desidratação do melado temos a famosa rapadura de cana. Há vários tamanhos e pesos de rapaduras. Há rapaduras macias e rapaduras duras. Certa vez vi uma que pesava mais de dez quilos! No Rio Grande do Sul há uma cidade especialista em derivados de cana chamada Santo Antônio da Patrulha. Quando criança eu costumava comer muita rapadura-puxa (ou puxa-puxa) que, segundo os estudiosos, é boa fonte de ferro. A rapadura de cana e a puxa-puxa são boas opções para papais e mamães que desejam libertar seus filhos das balinhas e outros porcarióis impostos pela tevelesão! A partir dela é possível produzirmos pés-de-moleque, cocadas, bombons e também adoçarmos bebidas. Aprecio alguns tipos de chás amargos acompanhados de rapadura. A gente põe um pedacinho na boca, masca aos poucos e vai sorvendo o chá que se mistura ao doce na boca. É muito gostoso!

Açúcar Mascavo Escuro

Muita gente que não está acostumada com o açúcar mascavo decepciona-se ao iniciar pelo tipo mais escuro. Após o caldo de cana, o melado e a rapadura, numa primeira moagem, temos este produto mais bruto. Tenha cuidado, pois em inúmeros engenhos não cuidadosos as abelhas entram no preparo deixando seus ferrões ativos e provocando acidentes dolorosos. É comum encontrarmos traseiros de abelhas no açúcar mascavo escuro, o que não chega a ser uma tragédia de higiene, mas, como já disse, pode ser perigoso. Por isso, se não conhecermos a procedência, devemos sempre peneirá-lo, quebrando as bolinhas até o final. Recomendo a utilização do mascavo escuro mais para fins culinários como bolos e cucas.

Açúcar Mascavo Claro

Após o caldo de cana, o melado, a rapadura e o mascavo escuro, temos um novo processo de refino que leva ao mascavo mais claro e amarelado. Veja que estamos cada vez mais nos afastando da garapa que é o néctar original da cana. E quanto mais longe menos natural. Mas este tipo de açúcar é interessante para uso eventual já que não contamina os alimentos com forte sabor de rapadura. Ele é indicado para alguns tipos de sucos e bebidas quentes e dá-se muito bem com o fermento biológico na fabricação de panifícios. Quero aqui insistir no fato que devemos, na medida do possível, evitar qualquer tipo de açúcar e utilizarmos a doçura natural das frutas, também chamada de frutose.

Açúcar Demerara

O açúcar demerara é conseqüência imediata do refino do açúcar mascavo claro. Nesse estágio já temos um produto quase refinado. O demerara é um açúcar cristal levemente marrom ou amarelado. É melhor, entretanto, utilizarmos demerara do que cristal. Este produto pode ser utilizado como intermediário por pessoas que estão largando o vício do açúcar branco. Mas não se engane, ele já está muito longe da cana e no rol daqueles que mais prejudicam do que ajudam a vida humana.

Açúcar Cristal

        Chegamos aqui ao refino quase total da sacarose da cana. Veja que entre o caldo e o cristal há uma longa e tenebrosa viagem! As pessoas sempre me perguntam se é melhor utilizar cristal do que o branco. Respondo que é menos pior. O açúcar cristal não pode ser chamado de outra coisa senão veneno. É um produto alimentício que deve ficar longe de nossa casa e nossos filhos. Não alimente jamais a ilusão que ele dá energia. Isso é falso, pois em pouco tempo ele pode produzir em você uma angústia ou uma tristeza daquelas que a gente não sabe de onde vem. Nesse caso não adianta igreja nem centro espiritual! Somente o abandono do tinhoso pode trazer de volta a harmonia do corpo e da mente!

Açúcar Branco Refinado

Eis aqui a cocaína legalizada. O açúcar branco refinado (e seus derivados) está entre os piores produtos alimentícios do mundo juntamente com a margarina, os adoçantes, os corantes e outros produtos sintéticos industriais. Está entre aqueles que jamais devem ser ingeridos. É um biocídico que mina a saúde, elimina a imunidade natural e causa dependência. Tenha a consciência de que cada vez que você oferece um produto à base de açúcar para seu filho, está causando um enorme mal para ele. Se você tiver açúcar branco no armário não o dê pra os pobres porque estará contribuindo para a morte lenta dos mesmos. Também não o jogue na natureza porque estará poluindo o planeta. A dica é misturá-lo com ácido bórico e cebola moída para eliminar baratas, pois, afinal, veneno é para essas coisas! Lembre-se: Indústrias e comércios que utilizam açúcar branco não gostam de você! Duvido que eles acreditem que açúcar faz bem. Então, afaste-se cada vez mais do doce vício. Viva sem açúcar e com afeto!

Chá de Stévia

Quem ainda continua acreditando que é necessário adoçar os alimentos pode utilizar este chá. Particularmente acho que ele tem gosto de bode. Não que eu coma bode, mas, pelo cheiro a gente pode ter uma idéia! O que se faz, normalmente, é colocar algumas folhinhas de stévia em outros chás para que fiquem adocicados. Quando misturamos com hortelã ou com limão até desce. Experimente, mas se o bode berrar lembre-se que não foi pela falta de meu aviso!

Stévia Líquida

          Tenha o maior cuidado ao adquirir stévia. Se a embalagem apresentar a inscrição “plus” é porque a stévia foi misturada com outros adoçantes. Normalmente aqueles medonhos que causam tudo que é peste: sacarina, aspartame, ciclamato... Sugiro a utilização da marca Stevita, até agora a única que, em meu conhecimento, utiliza stévia pura. Não se preocupe, entretanto, se nas primeiras vezes você sentir um sabor doce fraco ao utilizá-la. Na medida que nosso vício do pó branco vai passando, o gosto da stévia vai se destacando. A verdadeira stévia é um adoçante formulado com steviosídeo. Próprio para adoçar bebidas em geral, sobremesas e matinais. Isento de calorias, quatro gotas equivalem a uma colher de sobremesa de açúcar.

Stévia em Pó

Todas as informações da stévia líquida servem para a sólida. O pó de stévia, entretanto, normalmente leva lactose na composição, o que, mesmo sendo em pequenas doses deve ser sabido por aqueles que dispensam o suco da mãe vaca. Mesmo na marca Stevita, no caso do adoçante sólido, contém 7% de steviosídeo para 93% de lactose. Cada envelope desse produto substitui duas colheres de chá de açúcar branco. A stévia pode ser utilizada normalmente pelos diabéticos.

Frutose

        A Frutose ou levulose é um açúcar natural encontrado na maioria dos frutos maduros, em alguns vegetais e no mel. A Frutose pura, na sua forma cristalina, é o mais doce dos açúcares naturais. Apesar de algumas vantagens devemos ter cuidado porque normalmente são necessários produtos químicos para conservação e estabilização do produto, ou seja, dificilmente você encontrará uma frutose realmente natural, apesar das propagandas. Além disso, opreço desse doce é normalmente bem salgado! Conheço muitas pessoas aficcionadas em estética que utilizam frutose em regimes para perda de peso. Lembre-se, porém, que o preço da estética dasassociada da saúde, normalmente não é baixo.

Glicose de Milho

O xarope de glicose e a glicose líquida são obtidos do amido de milho através de processo não natural. Da mesma forma que a glicose, o xarope de glicose também contém maltose e outros carboidratos, podendo até mesmo conter açúcares complexos. A marca mais comum é conhecida como Karo. Não tenho aqui informações precisas sobre esse alimento. Mas levando em consideração o processo industrial, há indícios de que não se trate de nenhum santo. Muitos alimentos infantis como biscoitos bolos e mingaus são preparados com esta glicose.

Malte de Cereais

Tenho boas referências do malte de cereais, também conhecido como “extrato de malte” mas confesso que, assim como a glicose de milho, não tenho grande experiência com sua utilização. A marca que mais conheço é a Unimalt. O malte de cereais é um extrato xaroposo de malte com atividades enzimáticas, produzido a partir da cevada malteada e outros cereais, submetidas a processos específicos de fermentação, sacarificação e concentração. Ele não contamina os alimentos com sabor estranho e, normalmnte, tem utilização industrial. Você pode utilizá-lo, se desejar, em panifícios e olos caseiros, lembrando que o preço também não é pequeno.